Sempre senti as dores e ansiedades do mundo de forma intensa. Em muitos momentos, questionei se minha sensibilidade era uma fraqueza. No entanto, com o tempo, percebi que essa capacidade de sentir profundamente não é um fardo, mas sim um reflexo da minha essência. Embora alguns sentimentos sejam dolorosos, é essencial acolhê-los e compreendê-los, em vez de rejeitá-los. Demorei a aceitá-los, mas hoje reconheço que fazem parte da minha singularidade. Reconhecer os próprios sentimentos é um ato de amor-próprio. Respeitá-los é um passo essencial no caminho do autoconhecimento.
Se eu convidasse a Morte para tomar um café, em uma conversa entre amigos, o que acha que ela me perguntaria? Acredito que ela perguntaria sobre a minha vida como pai e da felicidade e aflições de ver minha filha crescer em um mundo tão transtornado. Perguntaria sobre os meus sentimentos, sobre as alegrias de ter superado as adversidades após a perda do meu pai. Daríamos risadas lembrando das bobagens necessárias da minha juventude. De como eu gostava de dançar e de como não me importava com nada nesses momentos e por que gostava de dias chuvosos. Talvez quisesse saber se estou vencendo minhas inseguranças e ansiedades — e como tenho lidado com esses sentimentos. Perguntaria se ainda escuto músicas antigas, se continuo comendo arroz com feijão e azeite, e se ainda prefiro os doces de Minas Gerais aos de São Paulo. Ao final, imagino que perguntaria se me sinto bem sendo acolhedor com as pessoas que se aproximam de mim. E eu lhe responderia, sem hesitar: sim. Ela agradeceria o...
Mudar, construir, reconstruir, crescer e evoluir... No começo, parecem palavras simples, mas se transformam em um gesto de liberdade quando percebemos o quanto é grandioso realizamos nossas escolhas por amor próprio.
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